Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de modernização e ampliação da Faculdade de Biologia Celular e Genética da Universidade de Alcalá veio condicionada por dois aspectos: um edifício já existente que teria que ser mantido e a necessidade de expandir este último em área, para adaptá-lo às necessidades exigidas.
O edifício existente, a primeira construção do aeródromo destinado ao uso militar no começo do século XX, havia sido adaptado com dificuldades desde o final dos anos setenta às necessidades universitárias com a fundação do atual campus. Após várias pequenas reformas durante os últimos 40 anos, o edifício encontrava-se muito deteriorado e não possuía espaço necessário dedicado à pesquisa e ensino exigidos pelos Departamentos de Biologia Celular e Genética.
A construção existente era disposta ao longo de norte a sul, com duas ruas em seus maiores lados e um amplo jardim em toda a sua frente oeste. A necessidade de manter as fachadas e a estrutura da construção original e dobrar sua área para adaptá-lo às necessidades atuais acarretou, por um lado, a dispor uma ampliação com mais um piso sobre os dois existentes e, por outro, dispor uma nova galeria ao oeste do lote.
O programa do atual edifício no que diz respeito ao volume da antiga construção reorganiza-se com os laboratórios de ensino e pesquisa, ao logo da fachada leste, os serviços comuns, escadas e acessos ao norte e sul do volume existente e o corredor principal ligando o edifício ao oeste dos laboratórios. A nova galeria, ao oeste do terreno, ordena os escritórios, seminários e salas de reuniões e é separado do edifício original através de pontes com a circulação central, permitindo, por sua vez, luz e ventilação a esta área central do novo volume.
A estrutura de concreto do edifício existente, os pilares, vigas e pisos de concreto originais, foram reforçados com estrutura metálica deixando a necessária separação por cima do reforço das vigas para a passagem das instalações. O terceiro andar expandiu sobre o edifício original e constrói-se com estrutura metálica de vigas e pilares e lajes plissadas de aço. A nova galeria onde são dispostos os escritórios, salas de reuniões e seminários é inteiramente construído em estrutura de concreto.
As instalações prediais são todas aparentes tanto em laboratórios, como nos escritórios, organizadas por grandes nichos em paralelo ao corredor principal e em conexão com o maquinário da cobertura.
As fachadas norte, sul e leste do primeiro edifício permaneceram intactas, exceto pela configuração de suas aberturas. As aberturas já não são necessários nestas fachadas, que fecham-se com grandes chapas de aço galvanizado. Já as das fachadas sul e leste são trabalhadas com profundas lacunas, também com chapas galvanizadas de 8 mm de espessura, que permitem uma luz homogênea dentro dos laboratórios, banheiros e vestiários.
A fachada oeste do edifício original, a única que é modificada, transforma-se em uma fachada de policarbonato que permite iluminar, de maneira homogênea, os corredores do edifício. O resto das fachadas do terceiro andar são revestidas em um acabamento preto fosco sem aberturas sobre suas paredes através das claraboias que permitem iluminação neste nível pela cobertura.
O edifício enfrenta o grande jardim do lado oeste. A galeria de concreto que organiza os escritórios dos professores, seminários e salas de reunião levanta-se do chão por meio de quatro pilares e uma estrutura de viga dupla com grandes saliências em suas extremidades, permitindo uma conexão visual dos espaços do piso térreo. Os seminários e passagens dispostos neste nível possuem fechamentos em vidro, extendendo seu âmbito até o jardim, por meio de um piso contínuo de concreto, desde o exterior ao interior. Assim como os escritórios e salas de reunião nos dois níveis mais altos possuem vistas para as árvores, protegendo-os da incômoda insolação de oeste. Desde os escritórios e salas de reuniões, com aberturas criadas ao nível dos olhos do primeiro pavimento e sob a proteção dos brises profundos do segundo, as janelas dos lados opostos geram nestes ambientes uma luz homogênea e um excelente lugar para observar as diferentes estações no reflexo das árvores